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"Os Cinquenta Preceitos da Astrologia Horária", por Ibn Bishr.

Atualizado: 13 de jul.

O astrólogo árabe conhecido no Ocidente como Zahel, chamava-se realmente Sahl ibn Bishr (1ª metade do séc. IX), um judeu, que serviu como astrólogo da corte do governador de Khurasan entre 820-822 d.C., e mais tarde na corte de al-Hasan ibn Sahl (falecido em 850/851), vizir de Baghdad durante o reinado do Califa al-Ma'mûn (que reinou de 813-833). Al-Nadim, autor do Fihrist,* refere que Sahl era "sábio e distinto," e lista os títulos dos dezoito livros que Sahl escreveu em árabe. Entre eles, há cinco que foram traduzidos para o latim por tradutores do séc. XII, mencionados no Fihrist como o "pequeno livro" Introdução e Chaves para o Julgamento, e o "grande livro" Perguntas, Escolhas e Períodos de Tempo.

Sahl Ibn Bishr


Seu segundo tratado contém os 50 Preceitos da Astrologia Horária. A maioria deles são parafraseados por Bonatti, op. cit., Tratado V, a seção que contém as "146 Considerações," nas Considerações, n° 17-77, onde comenta e ilustra frequentemente os preceitos de Sahl no seu habitual estilo discursivo.

Os Cinquenta Preceitos da Astrologia Horária, por Ibn Bishr:


  1. Primeiro. Saibam que o significador, ou seja, a Lua, cujo círculo está mais próximo da terra do que os círculos de todos os outros planetas, é, antes de todos os outros planetas, aquela que mais se assemelha às coisas da terra. Não veem que um homem começa por ser pequeno e depois aumenta até atingir o seu crescimento total? A Lua faz a mesma coisa. Portanto, tomem-na como detendo a significação de todas as coisas, porque o seu bom estado é o bom estado de todas as coisas, e o seu mau estado é o mau estado de todas as coisas. E ela dá, ou seja, entrega a sua disposição àquele sobre quem lança os seus raios, ou àquele planeta ao qual se liga, e envia a sua luz para esse mesmo planeta, e esse planeta é chamado de receptor da disposição, porque recebe aquilo que lhe foi enviado. Portanto, a própria Lua é a ativadora destes planetas; e ela pacifica-os, e transporta a influência de alguns deles para outro.

  2. Segundo. Os planetas malignos significam um mau estado e um dano, devido ao excesso ou à superfluidade. A força do frio ou do calor neles é subjugadora e impeditiva. Mas se houver um bom planeta no domicílio de um maléfico ou na sua exaltação, o maléfico recebe-o e restringe por isso a sua própria malignidade. Ou, se houver um aspecto dos maléficos por trígono ou por sextil, é restringido, pelo fato de ser um aspecto amistoso sem, efetivamente, qualquer inimizade relativamente à boa fortuna, pois são de natureza temperada e de configuração uniforme; ou seja, como são temperados pelo calor e pelo frio, ajudam e fazem progredir sempre a questão, quer recebam outro planeta quer não. Mas a recepção entre eles é mais útil e melhor

  3. Terceiro. As estrelas têm dois modos: nomeadamente, bons e maus. Por conseguinte, sempre que virem os maléficos, isto é, os planetas malignos, anunciem o mal, e sempre que virem os benéficos, anunciem o bom.

  4. Quarto. E um planeta não é declarado como estando impedido até que um maléfico projete os seus raios sobre a sua luz, de acordo com o tamanho das suas orbes, de que já vos informei. E quando tiver passado o limite das orbes dos maléficos, diz-se que "está olhando para o maléfico" e não poderá ser impedido; e quando o maléfico tiver ultrapassado um planeta por um grau completo, lança o medo sem impedimento de corpo; e o maléfico não pode fazer mais nada porque está separado dele. Similarmente, quando um planeta ultrapassa um benéfico e já se separou dele por um grau inteiro, tem esperanças mas não consegue realizar a coisa; porque todos os maléficos que estão a impedir, quando estão cadentes do ASC, lançam o medo, mas não impedem. Similarmente, uma fortuna, quando está cadente a partir do ASC, tem esperanças, mas não leva à perfeição da coisa.

  5. Quinto. Quando um planeta está nos ângulos dos maléficos, em outras palavras, quando está com ele, ou no quarto signo a partir dele, ou no sétimo, ou no décimo, será exatamente como alguém que está a lutar por si só, no meio das atribulações e dos males que lhe aconteceram. E quando o ultrapassa, e se separa dele por um grau inteiro, tal como já vos disse, já escapou aos impedimentos do maléfico, e o maléfico já nada pode fazer, além de o atemorizar. Guardem estes capítulos, pois estes são os segredos das interrogações!

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